Nunca quis morrer num sábado ao sol
. Digo: asas de vento
(a memória da tua voz
: encontramo-nos na foz, na rocha escondida); e
a paz das palavras, deixa que te conte: sossega
acalma amorna abraça abranda. Digo: há
velocidades mais absolutas talvez que
as do movimento interno das asas: asas
dentro no corpo como bichos roendo
a pele, roendo o sangue, berrando à
saída. Digo: não morrerei num sábado ao sol.
E a certeza interna dos prazos menores da
vida esconde-se atrás da pedra dura rija
fria: digo: soubesse eu das asas do vento
carinhoso sobre a pele sobre a pele sabendo da pele.
Um mar passa longo, e dentro das vagas a memória desmaia.
Digo: há portas talvez mais velozes pelo movimento interno das asas
para o céu; e o movimento é este:
~~~~~~.
A morte do rato cego
Omnia cinis aequat
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Nunca quis morrer num sábado ao sol
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
A Cosmogonia segundo Aristoxeminicrates (fragmento)
"Nunca o mar grego se afundou junto ao Cáucaso."
Aristoxeminicrates (300 a.C.-260 a.C.)
Aristoxeminicrates (300 a.C.-260 a.C.)
sábado, 25 de dezembro de 2010
Anaxímenes e Anaximandra
Anaxímenes de Mileto, filho de Eurístrates, saltava à corda durante a noite, interrompendo fortuitamente o sono. Patrocinou, durante os anos quentes de 510 e 511 a. C., o coração esvoaçante de Anaximandra, com quem passeava na Alameda dos Gerânios, sem que desfrutasse do sucesso avançados encómios.
Imune ao perfume dos gerânios que, julgava Anaxímenes, derrubaria a porta do mais esvoaçante dos corações, Aximandra patrocinava por seu turno, e em sigilo, o coração do famoso artífice da pedra, Anaximénios.
Anaxímenes e Anaximénios, não obstante a proximidade dos nomes, jamais se cruzaram. Nem sempre os nomes se mostram atenciosos para com as leis da predestinação (que, neste caso, assentam na semelhança dos nomes e são, por isso, puramente arbitrárias: por exemplo, um burro e um búfalo partilham as duas primeiras letras e não se conhecem histórias que explorem o facto).
Imune ao perfume dos gerânios que, julgava Anaxímenes, derrubaria a porta do mais esvoaçante dos corações, Aximandra patrocinava por seu turno, e em sigilo, o coração do famoso artífice da pedra, Anaximénios.
Anaxímenes e Anaximénios, não obstante a proximidade dos nomes, jamais se cruzaram. Nem sempre os nomes se mostram atenciosos para com as leis da predestinação (que, neste caso, assentam na semelhança dos nomes e são, por isso, puramente arbitrárias: por exemplo, um burro e um búfalo partilham as duas primeiras letras e não se conhecem histórias que explorem o facto).
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