sábado, 25 de dezembro de 2010

Anaxímenes e Anaximandra

Anaxímenes de Mileto, filho de Eurístrates, saltava à corda durante a noite, interrompendo fortuitamente o sono. Patrocinou, durante os anos quentes de 510 e 511 a. C., o coração esvoaçante de Anaximandra, com quem passeava na Alameda dos Gerânios, sem que desfrutasse do sucesso avançados encómios.

Imune ao perfume dos gerânios que, julgava Anaxímenes, derrubaria a porta do mais esvoaçante dos corações, Aximandra patrocinava por seu turno, e em sigilo, o coração do famoso artífice da pedra,  Anaximénios.

Anaxímenes e Anaximénios, não obstante a proximidade dos nomes, jamais se cruzaram. Nem sempre os nomes se mostram atenciosos para com as leis da predestinação (que, neste caso, assentam na semelhança dos nomes e são, por isso, puramente arbitrárias: por exemplo, um burro e um búfalo partilham as duas primeiras letras e não se conhecem histórias que explorem o facto).

1 comentário:

  1. o texto, se é um começo, e enquanto começo, tem algo do fantástico kafkeano, misturado com o modo como Garcia Marquez seduz o leitor(aliás, lembro que foi Kafka que deu a Marquez a ideia que ele procurava para escrever romances, qdo leu a Metamorfose)

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